Como é bom ser Pai!

Postado em 09 de agosto de 2017

 

Meu pai era um homem alegre, brincalhão, quando éramos crianças o convívio com ele era pequeno. Estávamos dormindo quando ele chegava em casa. Entre muitos erros e acertos, discussões e momentos de muitas brincadeiras, vivi com ele por trinta e oito anos.

 

Depois que ele se foi, eu e meus irmãos deixamos de nos ver com frequência, com todos os problemas que tínhamos, papai sempre conseguia nos unir. A ausência da mamãe abalou a saúde dele.

 

Eles viveram juntos por quarenta e cinco anos. Eu e meus irmãos nos dividíamos para cuidar dele, coisa que não precisava porque papai cuidava de si mesmo muito bem. Mas a tristeza que víamos em seus olhos era algo que nos tocava profundamente.

 

Este ano fez cinco anos que ele faleceu, decidimos nos reunir no dia dos pais, como fazíamos todo ano, afinal somos cinco e todos somos pais.

 

Lembramos dele com carinho, da sua risada espontânea, da sua forma de fazer um carinho, das broncas pelo descumprimento do horário, do atraso no almoço de domingo por causa do jogo de futebol, do seu abraço sempre que pressentia que não estávamos bem.

 

Sinto falta dele, gostaria que ele estivesse comigo vendo meus filhos crescer. Quando éramos crianças papai nunca tinha tempo para nos acompanhar a escola, ao médico, andar de bicicleta ou simplesmente sentar no chão e brincar conosco. O trabalho sempre o impedia.

 

Hoje eu e meus irmãos convivemos com nossos filhos de uma forma diferente. Principalmente eu que trabalho em casa enquanto minha esposa é executiva de uma multinacional.

 

Sou eu que levo as crianças à escola, ao médico, ajudo com a lição de casa, vou à reunião da escola e estou sempre presente nas atividades não escolares. Tenho uma filha de 3 anos e um filho de 8 anos. Jogo bola com ele sempre que possível e não consigo dizer não para ela quando me pede para brincar com suas bonecas. O mesmo acontece com meu irmão mais novo, que é pai solteiro e cria a filha sozinho.

 

O mundo está mudando, talvez se meu pai trabalhasse menos, ele tivesse tido tempo de brincar conosco, mas o tempo dele foi muito diferente do nosso. Hoje somos pais mais presentes, mais próximos, não existe mais a função da mulher criar os filhos e do homem sustentar a casa financeiramente.

 

Gosto mais desse nosso tempo, estar perto dos meus filhos, vê-los crescer saudáveis, seguros e conscientes de que são amados é o melhor presente que um pai pode receber.

 

 

Cristina Cimminiello

 

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