No G20, Dilma defende reabertura da Rodada de Doha em 2014
Postado em 29 de junho de 2012
Após encontro com líderes dos países com as 20 maiores economias do mundo, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (19) a reabertura da Rodada de Doha, negociação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para equilibrar o comércio mundial, que está travada desde 2008.
Em Los Cabos (México), onde participou da reunião do G20, a presidente disse, em entrevista à imprensa, que adiar ainda mais as discussões é o mesmo que dar um “cheque em branco” para a manutenção de privilégios no comércio, e destacou os subsídios dados por países ricos à agricultura.
“É como se você não reconhecesse que tem essa situação de desequilíbrio. Então nós estamos propondo que em 2014 se reabra a discussão da Rodada de Doha e se dê prazo para fechar. Para evitar prorrogamentos de interesse muito grande de países que são privilegiados por subsídios agrícolas, por práticas de competição indevidas no momento atual”, disse Dilma.
A presidente Dilma durante entrevista no México após participar de evento do G20 (Foto: Yuri Cortez / AFP)
A Rodada de Doha, realizada no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), teve início em 2001, no Qatar, e tem como um de seus objetivos a abertura de mercados desenvolvidos para produtos agrícolas de países em desenvolvimento.
A presidente também comentou a crise vivida por países na Europa altamente endividados, como Grécia e Europa. Dilma enfatizou não ser viável realizar ajustes fiscais sem políticas de crescimento.
“Há uma percepção de que não se tem como fazer a consolidação fiscal sem crescimento, essa é nossa experiência. Nem tampouco, ter crescimento sem contas públicas sólidas, também é nossa experiência. Essa é uma questão que há, eu acho, um consenso. Agora, a partir daí, os mecanismos pelos quais a União Europeia, especificamente a zona do euro, vai resolver seus problemas, obviamente implicam em decisões internas das lideranças”, disse.