Jorge Lordello é o entrevistado deste domingo
Postado em 15 de dezembro de 2013
Sua trajetória é brilhante. Delegado, vereador, escritor de crônicas e livros que falam sobre a violência e enfim, a televisão, onde se apresenta com maestria e fala com propriedade. Jorge Lordello é um homem determinado, que deixou marcas profundas na cidade de Suzano, onde é muito querido e respeitado. Saiu de Suzano para o mundo e hoje fala com exclusividade à coluna, das facetas que desempenha tão bem e o faz conquistar mais espaço neste concorrido mercado. Certamente ele leva uma grande vantagem, que é o conhecimento sobre tudo que escreve e fala.
Fotos: Laércio Di Passos
Como delegado teve uma atuação marcante em Suzano? Sente saudades?
Jorge Lordello – Entrei na carreira policial por absoluta vocação. Assim que me formei em direito na PUC/SP, prestei concurso para delegado e fui nomeado para Suzano. Trabalhei muitos anos no plantão policial e mesmo liderando uma equipe de excelentes investigadores, sempre ia para as ruas resolver pessoalmente muitos dos casos que surgiam. Realizava blitzs em diversas regiões da cidade e tinha apoio da comunidade, que reconhecia meu esforço e dedicação. Essa forma de atuar me permitiu maior percepção dos problemas de segurança do município. Muito de meu tempo livre dedicava a visitar escolas, empresas e outras organizações, onde proferia palestras preventivas e educativas. Saudades do tempo que passou, não quero ter; minha filosofia de vida é fazer sempre melhor; criar o novo, evoluir, crescer e aprender. E Suzano, é aquele caso de amor eterno.
Quando publicou seu primeiro livro, em parceria com Lair Ribeiro, ainda atuava como delegado em Suzano. De lá para cá são quantos livros publicados?
Jorge – Já lancei sete livros, sendo que um deles foi publicado em Madri/Espanha e distribuído em 28 países.
É colunista do DS há anos e semanalmente publica textos que falam sobre a violência. Todos são verídicos?
Jorge – Há 20 anos consecutivos tenho a honra de ser colunista no DS, com artigos sobre segurança e crônicas motivacionais. Recebo muitos e-mails de leitores de Suzano e região que foram vítimas da violência urbana e desejam compartilhar comigo o ocorrido. Aproveito esses casos reais para mostrar na minha coluna semanal como minimizar riscos, tendo atitudes seguras e proativas.
Foi vereador em Suzano. Desistiu da política?
Jorge – A experiência como vereador foi incrível e gratificante. Consegui aprovar diversas leis importantes que propiciam, até hoje, benefícios à população e mais justiça social. Muito do meu bom desempenho na Câmara Municipal de Suzano, foi em virtude da experiência que adquiri como delegado. Conheço o município como poucas pessoas; mesmo os bairros mais distantes, eu cheguei a patrulhar em muitas madrugadas. Conheci o lado bonito e o feio de nossa cidade; muitos dos projetos que apresentei, foi em virtude dessa vivência. Não faltam convites para retornar à vida pública em Suzano, mas no momento tenho me dedicado bastante à pesquisa na área criminal e também na criação de diversos livros de histórias investigativas, que devo lançar no início de 2014. Outro sonho é emplacar na televisão um seriado com meus contos policiais. Em 2016 teremos eleições municipais em Suzano; as sondagens já começaram. Posso dizer, no momento, que estou pensando com carinho!
O que te levou a falar e escrever sobre a violência?
Jorge – Atendi centenas de vítimas nas delegacias de Suzano e de Mogi das Cruzes. Fui percebendo que muitas pessoas desconheciam totalmente regras simples sobre segurança pessoal e familiar. Na época, pesquisei em livrarias, tentando localizar literatura sobre o tema. Não existia nada nesse sentido. Foi então, que arregacei as mangas e iniciei trabalho inédito de pesquisa criminal no Brasil, entrevistando cerca de 1200 criminosos em cadeias, 1550 vítimas e dezenas de policiais, juízes e promotores. O intuito desse trabalho foi elaborar livros, artigos e ministrar palestras.
Fez rádio no Alto Tietê e rapidamente foi para a televisão. Fale um pouco sobre esta trajetória.
Jorge – O livro “Como Conviver Com a Violência”, que lancei na Bienal em parceria com o Dr. Lair Ribeiro, em 1999, gerou grande interesse de programas de televisão, rádio, jornais e sites, pois o tema era, então, inédito e palpitante. Com o passar dos anos, me tornei referência na área de segurança pública e privada e acabei ganhando na mídia o apelido carinhoso de Dr. Segurança!
Nunca mais delegado?
Jorge – Atualmente, estou afastado do cargo e em fase de contagem de tempo para aposentadoria.
Final de ano a criminalidade aumenta e consequentemente a violência. Existe uma receita para amenizar isso tudo?
Jorge – Final de ano é sinônimo de 13º chegando, portanto, mais dinheiro na praça. O movimento intenso nas ruas de grande comércio gera campo fértil para a ação de marginais. A melhor dica de segurança é antecipar as compras de Natal e Ano Novo para fugir da tradicional “muvuca” de quem deixa para comprar no afogadilho.
JOGO RÁPIDO
Um lugar
Meu lar
Um cheiro
Mato
Uma cor
Laranja
Um livro
Como Conviver Com a Violência
Um filme
Náufrago, com Tom Hanks
Uma música
Canção da América – Milton Nascimento
Um momento
Presente
Um homem
Meu Pai
Uma mulher
Minha Mãe
Deus
Conselheiro