Entrevista – Rafael Crazy

Postado em 06 de outubro de 2019

 

O sonho por uma vida mais digna o fez ir para o Japão com a namorada e filho, porém a saudade do Brasil está trazendo este suzanense de volta para a terrinha. Quer retomar a carreira de compositor e cantor e lançar um novo disco.

 

Fotos: Arquivo pessoal

 

Porque resolveu se mudar para o Japão com a família?

Rafael Crazy – Bom, na verdade era um sonho da minha namorada Tauane. Ela queria muito vir para o Japão, então decidimos dar entrada nos documentos. Para ser sincero nunca tive vontade de morar aqui, mas sim vir para um passeio turístico. Meu filho Henrique nunca concordou com a ideia, mas veio conosco. Ele sente muita saudade do Brasil. Eu também sinto, mas tudo isso é temporário.

 

Onde está morando?

Rafael Crazy – Quando cheguei eu morava em Shizuoka, mas, atualmente, moro em Shiga, em uma cidade próxima de Kyoto e Osaka.

 

Como é viver no Japão?

Rafael Crazy – A vida de um estrangeiro aqui não é tão ruim, porém, muitas vezes lidamos com racismo. Temos o poder aquisitivo, é o material que fala alto aqui. Podemos ter o que quiser. Você trabalha bastante, mas recebe o suficiente. Atualmente trabalho com solda robô, o serviço em si não é difícil e aprendi rápido, porém é bem sujo o ambiente, o clima é ruim, gritam conosco muitas vezes e a cobrança é alta. Trabalho em uma metalúrgica. A segurança no Japão e a limpeza das ruas na cidade, por exemplo, é uma das coisas que mais chamam atenção para nós brasileiros, claro que existem outras coisas, mas essas são destaques.

 

E a música? Desistiu dela?

Rafael Crazy – A música é a minha vida. Estará comigo independente do sucesso. Atualmente lancei um som intitulado “Castelo de Areia” que está disponível no YouTube. Gravei no estúdio Toca do Gatto, em Suzano. Com essa rotina de Japão tem sido difícil compor novos sons, a cabeça muitas vezes está bagunçada, faltam ideias, mas em breve estarei em estúdio novamente com meus novos projetos.

 

Acompanho pelas redes sociais que você está focado em manter o corpo saudável. Quem te orienta?

Rafael Crazy – Ah sim, a primeira vez que pisei em uma academia eu tinha 15 anos e desde então sempre que posso, financeiramente falando, eu estou firme e forte, mas admito que atualmente os resultados ficaram mais nítidos. Meu orientador é o meu mestre Danilo Eguchi, que me ensinou e ainda me ensina muita coisa.

 

Onde pretende chegar?

Rafael Crazy – Quem sabe um dia nos palcos (risos). Brincadeiras a parte, mas eu amo esse esporte. Carrego no meu corpo e ainda vou apresentar um dos meus melhores físicos.

 

E a saudade do Brasil?

Rafael Crazy – A saudade do Brasil explode no coração. Sei que nosso país tem suas falhas, mas seria hipócrita em dizer que não amo nossa terra. Eu gosto sim, do calor humano, dos amigos, familiares, da cultura, de São Paulo.

 

Quando volta para o Brasil?

Rafael Crazy – Tenho planos de voltar ainda este ano. Preciso dar continuidade nos projetos no Brasil Aqui se ganha muito dinheiro, mas existe algo além do material pelo qual venho buscando. Está sendo uma experiência incrível, porém preciso ir atrás dos meus sonhos. Tudo isso só agregou mais conhecimento e vivências.

 

Vai retomar sua carreira de compositor e cantor?

Rafael Crazy – É tudo que eu mais quero, mas preciso elaborar mais meus projetos. Meu último CD “A vida é uma só” foi um projeto de quando eu tinha 14 anos e só consegui lançar aos 25 anos. Agora quero fazer algo mais para o público e sinceramente não sei o quanto isso irá refletir nos resultados, mas espero que seja positivo e produtivo.

 

Japão nunca mais?

Rafael Crazy – Ah não sei o dia de amanhã então não posso dizer nunca, mas atualmente estou voltando para retomar meus sonhos e claro, trabalhar com meu pai na nossa loja, tentar me estabilizar no Brasil. Estou realmente empolgado com essa ideia.

 

 

Jogo Rápido

 

Um lugar

Amsterdam

 

Um cheiro

Terra molhada pela chuva

 

Uma cor

Preto

 

Um filme

Código da Vinci

 

Um livro

The Secret

 

Um momento

O dia que apresentei meu som na Escola Sebastião Pereira Vidal e vi a garotada cantando meu som, foi de arrepiar

 

Uma música

Redemption Song do cantor Bob Marley

 

Um homem

Meu pai, Edinho Lima

 

Uma mulher

Minha mãe e avó Alzira Nascimento de Lima, que me adotou e cuidou de mim desde que fui abandonado pela minha progenitora

 

Deus

Minha luz, o grande arquiteto de todo o universo

 

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