Entrevista com Alex Trajano

Postado em 19 de junho de 2021

 

Alex Trajano é presidente Fundador da Associação Comunitária Educacional Cícera Tereza dos Santos. Licenciado em pedagogia, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Educação de Jovens e Adultos. É também Doutor Honoris Causa pelo Centro de Altos Estudos Históricos e Filosóficos do Rio de Janeiro.

 

Porque resolveu abrir uma sucursal da Associação Comunitária Educacional “Cícera Tereza dos Santos” em Suzano?

Alex Trajano – Desde o ano de 2017 venho realizando algumas atividades na cidade de Suzano, atendendo algumas poucas famílias com doações de alimentos, por intermédio dos familiares de um amigo que reside no Jardim Margareth há 30 anos.

Vendo que o bairro Jardim Margareth não conta com nenhuma associação assistencial que dê atendimento aos moradores mais carentes, e as questões das ocupações tendem a crescer cada vez mais, e com elas a necessidade de se implantar políticas públicas assertivas, indo ao encontro das reais necessidades da população em situação de vulnerabilidade social, eu e a família de dona Marlene Castro Bandeira resolvemos oficializar o que já vínhamos realizando como sucursal este ano para atender não somente a comunidade do Jardim Margareth como também as adjacências, promovendo e oferecendo um trabalho de atendimento de qualidade.

 

 

Já possuem uma sede?

Alex Trajano – A priori, não temos ainda uma sede própria, mas estamos lutando por essa conquista, a fim de que possamos contribuir significativamente para o crescimento e desenvolvimento da querida Suzano, beneficiando aqueles que mais precisam de auxílio.

 

Quantas famílias são atendidas em Mauá e Suzano?

Alex Trajano – Hoje temos cadastradas cerca de 200 famílias, entre Mauá e Suzano com um contingente de 600 pessoas.

 

Quais os trabalhos realizados pela associação?

Alex Trajano – A Associação Comunitária Educacional Cícera Tereza dos Santos – ACECTS desenvolve atividades nas áreas: educacional, social, cultural e congêneres, destacando-se mais na área de alfabetização de jovens e adultos, com cerca de 500 pessoas já alfabetizadas, em sua maioria idosos, na faixa etária de 60 a 85 anos de idade, que veem nesse processo de escolarização, um modo de inserir-se e/ou reinserir-se à sociedade, sabedores dos seus deveres e conhecedores dos direitos que lhes são atinentes como cidadãos. Inspiramo-nos na filosofia humana, libertadora e emancipadora do educador Paulo Freire, visando dar aos nossos educandos uma formação conscientizadora-político-reflexiva-ética em que são valorizados os “saberes prévios” de cada indivíduo, como ponto de partida no processo de ensino-aprendizagem, que os qualifica, por meio da prática da escuta e da dialogicidade, para a construção de sua autonomia, postura pesquisadora e questionadora para que sejam capazes de realizar uma leitura crítica do mundo que os cerca, processo que precede a leitura da palavra e os oportuniza a serem protagonistas atuantes de sua própria história.

 

 

Porque defendem a causa da melhor idade?

Alex Trajano – Desde outubro de 2015, em alusividade ao Dia do Idoso, criamos o Seminário da Pessoa Idosa, tendo como objetivo trabalhar e discutir temas concernentes à melhor idade, interligando várias áreas, como: educação, cultura, saúde, habitação, direitos, segurança, dentre outras, em que vários profissionais se disponibilizam a engrandecer esses eventos com suas palestras e atividades. O último Seminário aconteceu no ano de 2019 – pré-pandemia – e contou com a participação de cerca de 260 pessoas. Na ocasião foi realizada a entrega da Medalha Educador Paulo Freire – já oficializada por lei – condecorando 40 profissionais da educação em que esteve presente a Professora Nita Freire (viúva de Paulo Freire).

 

 

Fale sobre o livro “O Nascer de Um Sonho”.

Alex Trajano – Contando poeticamente, um pouco da história da ACECTS, eu a escritora Mírian Warttusch lançamos, em 2020 um Livro-Cordel, para ser distribuído durante os nossos eventos, intitulado: O Nascer de Um Sonho.

 

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