Entrevista com Daniel Yoshizawa

Postado em 04 de setembro de 2016

 

Você é jogador de voleibol da equipe do Sesi de Suzano. Como chegou a este posto?

Daniel Yoshizawa, o Dani – Conheci o esporte em setembro de 2009. Foi tudo através de uma prima que era aluna do meu treinador, o Ronaldo Oliveira na época. Ela havia comentado com ele sobre mim, então ele me fez um convite para conhecer e assistir ao treino, ao final ele me perguntou se eu havia gostado. Disse que sim, e me perguntou se eu queria entrar para a equipe e respondi feliz que sim (risos). Desde então sete anos já se passaram.

 

Foi a doença que te motivou a treinar ou já gostava de esportes antes?

Dani – Eu sempre gostei de esporte, sempre fui fã, mas quando garoto nunca almejava ser profissional. Praticava esporte por hobby mesmo, mas depois que entrei no vôlei e vi que poderia chegar a participar dos Jogos Paralímpicos isso me motivou ainda mais.

 

Acreditava que seria um dia um dos levantadores mais respeitados do Brasil?

Dani – Eu nunca imaginei que chegaria tão rápido a esse posto. Fico muito feliz, de coração, pelo respeito que eu conquistei dos meus companheiros de Sesi-SP e dos meus adversários. É um grande reconhecimento.

 

Como foi participar do Campeonato Brasileiro de Voleibol Sentado Masculino?

Dani – Já tive oportunidade de jogar cinco campeonatos brasileiros como titular da equipe. Foi uma experiência muito bacana, pois conseguimos manter a equipe no pódio. Ganhei como melhor levantador do Brasil. Em 2012, em Pernambuco e em São Paulo, em 2015.

 

Você também faz parte da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes. Fale um pouco deste desafio.

Dani – Logo no início fui convocado para participar de um Campeonato Mundial Sub-23, no Irã, em 2009. Na seleção adulta fui convocado no ano de 2013 e participei de um torneio muito tradicional na Bósnia Herzegovina. Ficamos em 3º lugar. Fomos campeões em Leverkusen, na Alemanha e campeões do Pré-Mundial em Oklahoma, nos Estados Unidos. Com isso garantimos a vaga para o Mundial em 2014.

 

Você não nasceu com deficiência. Foi acometido dela na fase já adulta. Foi difícil aceitar as limitações ou não teve tempo para pensar nisso?

Dani – Foi muito difícil sim, pois fiquei doente da noite para o dia, e com isso minha vida virou de ponta cabeça. Eu sempre ficava me lamentando no começo, até eu criar habilidades levou um tempo, mais depois consegui me adaptar em tudo praticamente.

 

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Você seria esse Dani se não fosse a doença e os desafios que teve de enfrentar?

Dani – Com certeza não seria este Dani, pois tudo que passei me fortaleceu, me fez ver a vida de outra forma mais positiva. Encaro qualquer desafio sem pensar duas vezes, reclamo menos das coisas e sou bem mais feliz hoje do que antes.

 

Quem te inspirou a começar a treinar e jogar?

Dani – Sempre busquei inspiração em grandes atletas brasileiros, mas tenho o Serginho (Libero do Sesi-SP e da Seleção Brasileira) como uma das maiores inspirações no vôlei. Ele é uma lenda, tem quatro finais olímpicas, dois ouros e duas pratas. Eu queria ser libero quando comecei a jogar, mais me treinaram como levantador e deu certo (risos). Também tenho Ricardinho (ex levantador da seleção brasileira), habilidoso e muito Inteligente. E hoje me inspiro no Bruninho (levantador da Seleção Brasileira e Sesi-SP), medalhista de ouro agora nos Jogos Olímpicos do Rio. Admiro sua garra e entrega à equipe. Suas jogadas diferenciadas me inspiram a tentar fazer igual.

 

Quais são os próximos desafios?

Dani – Bom, nesse ano ainda tenho o principal campeonato do ano que é o Campeonato Brasileiro. Espero poder comemorar este título que buscamos há algum tempo. Estamos nos preparando para isso. Temos também a última etapa do Campeonato Paulista. Temos um jogo importante que vale o terceiro lugar.

 

Onde pretende chegar como atleta?

Dani – Eu como atleta almejo o lugar mais alto, de poder defender o Brasil na Paralimpíada de Tóquio 2020. Será a grande realização de um sonho, e espero conquistar uma medalha. Quero ser o melhor jogador do mundo na minha posição de levantador. Tenho tudo para conseguir realizar meus objetivos, pois tenho um grande apoio do meu clube Sesi-SP e do meu treinador, o Celio Cesar Mediato.

 

Fale um pouco dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, que acontecerão entre os dias 7 e 18 de setembro no Rio de Janeiro.

Dani – Os Jogos Paralímpicos é um evento especial. Todos deveriam assistir, se inspirar nos guerreiros brasileiros e suas superações. O Brasil tem o objetivo de ficar em 5º lugar no quadro geral de medalhas, pois no último ficamos em 7º lugar. A mídia deveria dar mais visibilidade para o esporte paralímpico, pois mesmo com tantas dificuldades os atletas de várias modalidades conquistam várias medalhas para nosso esporte.

 

Como vê o time de Voleibol Sentado Paralímpico?

Dani – Hoje em dia o Brasil é uma grande força mundial. Somos o segundo no ranking mundial. Não tenho dúvidas que o time brasileiro vai conquistar uma medalha para nosso país. Os meninos estão treinando muito forte e estão focados em um só objetivo que é a tão sonhada medalha de ouro.

 

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JOGO RÁPIDO

 

Um lugar 

Madri (Espanha)

 

Um cheiro

Perfumado

 

Uma cor 

Dourado

 

Um filme

Intocáveis

 

Um livro

Levantando a Vida (Ricardinho-Vôlei)

 

Um momento

No pódio ouvindo o Hino Nacional

 

Uma música

Dias de Lutas, Dias de Glória (Charlie Brown Jr)

 

Um homem

Serginho – Libero do Sesi-SP e Seleção Brasileira

 

Uma mulher

Minha mãe, D. Lidia

 

Deus

Meu Guia

 

 

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