ENTREVISTA – Rafael Alvim
Postado em 17 de novembro de 2019
O suzanense Rafael Alvim sabia desde cedo que queria ser ator, mas as primeiras vezes que subiu ao palco foi como músico, ele é saxofonista. Fez o ensino fundamental na E.E. Professor Paulo Kobayashi e o ensino médio na E.E. Batista Renzi e concluiu o curso de teatro na Escola de Atores Wolf Maya, em São Paulo. Aos 23 anos ele acaba de estrear em “Hadassa, o musical”, que está em cartaz no Teatro Nissi (antigo Teatro Brigadeiro), interpretando Benjamin, um jovem sonhador e aventureiro.
Foto: João Caldas
Quem eram seus ídolos na adolescência?
Rafael Alvim: Johnny Depp, Tom Hanks, Michael Jackson, Eduardo Sterblitch. Eu sempre admirei pessoas muito próximas também, amigos que tinham um talento incrível.
Ser ator era seu sonho de criança?
Rafael Alvim: Sim. Desde pequeno estou no palco e no começo foi pela música, comecei tocando uma Meia Lua (instrumento de percussão). Depois de um tempo comecei a estudar Saxofone. Na adolescência toquei em vários teatros, e sempre que estava no palco eu sentia alguma coisa diferente, que eu não sentia em nenhum outro lugar. Sempre que tinha a oportunidade, participava das peças da igreja, mas meu papel era sempre multidão (hahaha) só gritava “Apedreja” e “Barrabás” eram os únicos papéis que me davam (hahaha).
Foto: Amanda Poso
E a família o que achou?
Rafael Alvim: No começo achou loucura viver da arte, quando me formei no ensino médio me levaram na porta da faculdade algumas vezes, eu nem entrava, eu já estava decido que queria fazer teatro. Eu entendo eles. É muito difícil viver da arte, ainda mais na situação atual do nosso País. Mas é necessário lutar, a arte é transformadora e necessária e através dela podemos mudar nosso estado atual.
Onde estudou teatro?
Rafael Alvim: Logo depois do ensino médio fui para Escola de Teatro Macunaíma. Fiquei lá por volta de um ano e meio, logo depois fui estudar na Escola de Atores Wolf Maya, onde fiquei três anos e meio, me formei em março deste ano.
Foto: Amanda Poso
Você também toca saxafone.
Rafael Alvim: Minhas escolhas nunca foram comuns. Eu tinha muita vontade de aprender a tocar saxofone, então quando eu tinha uns 11 anos meus pais chegaram com esse presente em casa. Foi uma baita alegria. No começo foi terrível para eles e para os vizinhos ouvirem aquele som todos os dias (hahaha). Minha primeira música foi “Pantera Cor de Rosa). Passado um ano e meio de aula, meu professor foi tocar em um navio e deixou a escola, então eu saí e fui para prática, meus amigos me ajudaram muito a crescer como músico. Me lembro que tocava com o Kiko Bispo, Will e eu pedia para eles me passarem as notas, eles paravam o ensaio e me faziam treinar o ouvido e achar a nota na raça (hahaha). Foi difícil, mas essencial para o meu crescimento. O saxofone me ajudou muito no teatro. Tive a oportunidade de interpretar um padre em uma comédia, que no meio do espetáculo tinha um solo de sax. Hoje por conta do Musical é mais raro conseguir tocar na igreja, mas sempre que posso estou lá.
Como foi a seleção para “Hadassa, o musical”?
Rafael Alvim: Eu soube sobre Hadassa através do Samuel Gonçalves, que agora se tornou meu amigo. Ele veio na minha igreja “O Brasil para Cristo” apresentar um monólogo. Ele fez parte da Cia Nissi por anos e agora estava na produção dos musicais de lá. Quando ele me disse fiquei meio relutante em fazer o teste. Nunca tinha feito um musical, mas mandei os vídeos para a primeira fase na data limite. Foram mais de 600 candidatos. Logo depois vieram as audições presencias onde se apresentavam um monólogo e uma música. Eu estava tranquilo, quando cheguei no teatro e vi aquela galera, alguns entrando em parafuso (hahaha). Sentei no meu canto e relaxei, quando subi no palco fiquei nervoso, mas no final deu tudo certo.
E o Benjamin? É um jovem sonhador e idealista. O que tem a ver com o Rafael?
Rafael Alvim: Benjamin é um menino aventureiro, cheio de vida, que tem orgulho do seu povo, o povo judeu e ama sua família. Quando vê tudo isso ameaçado injustamente se vê na obrigação de lutar pelo seu povo, por sua família, e principalmente pela irmã autista. Me vejo muito no Benjamin, tanto na questão familiar, de proteção da casa e amor pelos amigos e parentes, quanto ao seu espírito aventureiro, desbravador e sonhador, de lutar por tudo aquilo que acredita e por todos que ama.
Vittor Fernando e Rafael Alvim em cena, em Hadassa, o musical
Foto: Amanda Poso
Até quando o espetáculo fica em cartaz no Teatro Nissi?
Rafael Alvim: A princípio o Musical fica em cartaz até 22 de dezembro, mas com grandes chances de prolongar a temporada pelo ano que vem. As sessões acontecem de sexta-feira (19h30), sábado (14h30 e 19h30) e domingo (14 horas). Os ingressos estão disponíveis no Sympla ou na bilheteria do teatro.
Jogo Rápido
Um lugar
O palco
Um cheiro
De comida
Uma cor
Preto
Um filme
Piratas do Caribe
Um livro
Uma Breve História do Tempo – Stephen Hawking
Um momento
Almoço de domingo com a família
Uma música
Jesus alegria dos homens – Johann Sebastian Bach
Um homem
Meu pai – Marcos Alvim
Uma mulher
Mame – Edna Alvim
Deus
A base de tudo!