O professor Clóvis Catharino conta sua trajetória de vida

Postado em 06 de abril de 2014

 

Se o dia tem 24 horas, tem oito para descansar e ainda 16 horas para as atividades. Tem de ficar sentado o menor tempo possível, se puder fazer tudo de pé é ainda melhor”.

Fotos: Eduardo Romano

 Clóvis Catharino 1

 

Qual sua formação?

Clóvis Catharino – Eu comecei a minha carreira estagiando como contador. Sou da última turma formada em contabilidade que vale como ciências econômicas. Mas queria ser professor e não contador. E depois de trabalhar em São Paulo até 1954 fui para o interior começando a carreira como professor primário lecionando em comunidades pobres perto de Oswaldo Cruz, Paranapuã. Em 1960  vim para Suzano para prestar concurso como diretor, e em 61 passei no concurso e em 63 fui diretor em Bananal no Vale do Paraíba, depois de longa trajetória como diretor, em 1969 voltei para Suzano.

 

Nunca quis ser político?

Clóvis – Não, nunca participei da política. Eu até hoje não sou filiado a partido nenhum,Sou um político não partidário. Meu partido sou eu, minha democracia. Sempre atuei na minha técnica, da educação. Em 1975 começou o movimento para formar a escola de oito anos, pois antes só tínhamos o ginásio. Eu participei da montagem da escola de oito anos e coordenei a  Rede Fisica. Coordenei toda a região do Vale do Paraíba, e fiquei em São Paulo na cordenaria de ensino como assistente técnico, no gabinete da cordenaria até 1982, trabalhando como cordenador de planejamento.

 

Quais as causas que mais defendeu como suzanense?

Clóvis – Quando me aposentei em 85, ou seja, há 30 anos, trabalhando todos os dias, fui trabalhar no orfanato, que se chamava ASA – Associação Suzanense de Assistência. Fiz parte da diretoria, e logo depois, em 1985, virei diretor do orfanato. Tomei conta dele por oito anos. Sempre como voluntário. O orfanato era dirigido pelo Padre Bernardo. E eu sempre fui ligado em educação. Na década de 60 ensinei patinação no Salão Paloquial. Fiquei anos fazendo isso, para meninos e meninas e até adultos. Sempre estudando e me envolvendo no meio do ensino, para aprender a cuidar das crianças. Quando saiu o ECA, o prefeito da época – Estevam Galvão de Oliveira – me chamou para montar a secretaria para cuidar de crianças, então nessa época junto de uma equipe criamos o CONDICAS de Suzano (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Suzano), em 1992. Em 1993 o Paulo Tokuzumi assumiu a prefeitura. Fui o primeiro presidente do Condicas.

 

O que te fez mudar da área das ciências contábeis para a educação?

Clóvis – Sempre acreditei na educação, a chave de tudo para mim é a educação. Quando lecionei sempre falei para meus alunos que nunca podem perder a vontade de aprender, nunca podem perder a vontade de ter novos objetivos.

 

Qual sua função hoje na Prefeitura de Suzano?

Clóvis – Eu assessoro a dona Nilce Ramos Tokuzumi, a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Suzano. E o entusiasmo dela é tão grande que parece que ela nasce para a vida todos dias, e juntos defendemos o que vamos fazer em Suzano, o que pretende ser feito, a melhoria da condição das crianças e das mães com diversos projetos e analisando tudo detalhadamente.

 

Clóvis Catharino 2

 

Como é chegar aos 85 anos trabalhando com vigor?

Clóvis – Se o dia tem 24 horas, tem oito para descansar ainda 16 horas para as atividades. Tem de ficar sentado o menor tempo possível, se puder fazer tudo de pé é ainda melhor, porque quando você fica em atividade o seu corpo responde e o seu cérebro também. Não se deve ficar ocioso, pois o ócio é a oficina do diabo. Eu gosto de trabalhar.

 

Como vê a vida de um aposentado inativo?

Clóvis – Para mim um aposentado inativo é aquele que se aposenta e fica sentado na porta da venda, e fica lá com os companheiros conversando sobre a vida, a mente vai deixando de pensar cada vez menos. Tem outros que se aposentam mas procuram atividades, como pescar, cuidar de uma horta entre outras coisas. O inativo é aquele que se aposenta e fica em um sítio deitado na rede.

 

Imaginava chegar nessa idade em pleno vigor?

Clóvis – Como disse, eu gosto de trabalhar e enquanto faço isso, pesco, reúno minha família, eu me sinto com energia para trabalhar.

 

O que falta para a classe que entra na terceira idade?

Clóvis – Bom, a terceira idade está sendo entendida totalmente diferente de como era antes, pois ela traz uma experiência, uma bagagem que está sendo trazida de volta para o mercado de trabalho por sua experiência. A terceira idade hoje está começando a ter estímulos, cabe a eles aproveitar a experiência que tem, e ingressar  nesse movimento. O lazer também é encontrado, como o baile da terceira idade que acontece todos os meses em Suzano. Este último tivemos 700 idosos participando, então oportunidades estão acontecendo, cabe a eles usarem isso.

 

O senhor acompanhou todas as fases da cidade de Suzano. Era isso que queria para sua cidade?

Clóvis – Suzano não estava crescendo. É até difícil a colocação, pois hoje a cidade tem 75 escolas estaduais e 83 municipais, ou seja, 158 escolas e antigamente tinha uma. Este crescimento veio de 1975 a 2014. É um crescimento fabuloso, já que hoje temos praticamente 300 mil habitantes na nossa cidade. O problema é que nessa evolução Suzano fez tudo crescer em quantidade e não em qualidade, ninguém mais chama Suzano de Cidade das Flores. Mas o nosso esforço de cada dia é tentar melhorar mais e mais.

JOGO RÁPIDO

Um lugar

Pantanal

 

Um cheiro

Do mar e da mata

 

Uma cor

Branco

 

Um livro

Educação para uma civilização em mudança de W.H. Kilpatrick

 

Um filme

Uma Linda Mulher

 

Uma música

As músicas dos anos 60

 

Um momento

Família reunida

 

Um homem

Winston Churchill

 

Uma mulher

Minha mãe

 

Deus

 

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