Vera Lúcia Miranda é a entrevistada deste domingo

Postado em 18 de outubro de 2015

 

É Dirigente De Ensino e responsável pelas cidades de Suzano (42.123 alunos) e Ferraz de Vasconcelos (16.580 alunos), num total de 58.703 alunos.

 

Fotos: Fernando Ross

 

 

Sente saudades da sala de aula?

Vera Lúcia Miranda – Verinha – Sim, sempre digo que nunca podemos esquecer nossa essência, “para que estudamos, o que escolhemos como profissão”. E é na sala de aula que podemos desenvolver o melhor trabalho, pois o nosso trabalho é para o aluno, sempre e em tudo.

 

Voltaria para a sala de aula?

Verinha – Voltaria para a sala de aula sim, embora meu cargo atual, seja de Diretora de Escola. Enquanto Dirigente Regional de Ensino desempenho outras funções sem jamais deixar de ser educadora.

 

Sente falta da época em que o professor era uma autoridade e respeitado pelos alunos  e pela família?

Verinha – Sinto falta de termos mais pessoas interessadas em seguir a carreira do Magistério; acredito que quando uma pessoa realiza seu trabalho como professor com seriedade e profissionalismo é respeitado como uma autoridade; servindo como exemplo para alunos e apoio para a família. Porém, compreendo que a sociedade muda e a contemporaneidade exige de todos nós cidadãos e profissionais, flexibilidade no entendimento de que as mudanças fazem parte do desenvolvimento humano.

 

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Imaginava que seria Dirigente Regional de Ensino e responsável por tantos alunos?

Verinha – Não! É engraçado olhar para trás e ver quanto tempo passou, quanta coisa vivi, e como as coisas mudam, quando ingressei como professora meu pai me disse: “logo você estará aposentada”. Engraçado, o tempo passou bem depressa. Nem percebi, temos sempre tanta coisa para pensar, tantos afazeres, tantos alunos para dar conta. Tantas mudanças. Tanta responsabilidade com o ser humano que estamos formando, que muitas vezes não nos damos conta do tempo que passou e de como o trabalho nos leva  para caminhos diferentes do que havíamos pensado.

 

Essa reforma proposta pelo Governo do Estado é eficaz?

Verinha – A reforma proposta pelo Governo é para o Estado. Devemos pensar numa escola que atenda os alunos de forma adequada as suas necessidades. O processo pretende possibilitar a adoção de estratégias pedagógicas focadas na idade e fase de aprendizado dos alunos, evitando conflitos. Também é para que o professor tenha a sua jornada de trabalho ampliada numa única escola. Pensando desse modo a reorganização é eficaz.

 

É para conter gastos?

Verinha – Estamos vivendo um momento de crise mundial. É necessário melhorar o atendimento e isso realmente requer que se tenham gastos mais eficientes, com foco na melhoria do ensino.

 

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Essa decisão irá causar que impacto em Suzano e região?

Verinha – Na região de Suzano e Ferraz de Vasconcelos não teremos um grande impacto, pois as escolas não sofrerão grandes mudanças. Já estamos atendendo as escolas com apenas um tipo de ensino por período, para melhor atender a demanda existente. Algumas escolas já não têm o período noturno, entretanto, esse período não será fechado, pois na área central dos dois municípios existem escolas, que atendem os alunos trabalhadores. Algumas escolas são únicas no setor o que impossibilita uma mudança. Tivemos também uma grande expansão imobiliária e a chegada de novos moradores. Tudo está sendo muito bem estudado, avaliado com os diretores das escolas, além de reavaliado pelos órgãos centrais.

 

Há anos Suzano não ganha novas escolas, enquanto Mogi das Cruzes ganhou praticamente uma escola por ano nos últimos oito anos. Porque isso ocorreu?

Verinha – A rotatividade é constatada em setores da gestão pública. Constante troca de secretários da pasta da Educação, na gestão anterior pode ter sido um dos contribuintes para que a linha de desenvolvimento de Programas e Projetos voltados para implementação de determinadas políticas públicas continuassem como inicialmente planejados. Entretanto, estudos tem sido realizados em busca de terrenos para construção de creches e novas escolas de Ensino Fundamental Anos Iniciais e até mesmo para atender Ensino Médio em regiões onde hoje temos  novos empreendimentos imobiliários, como é o caso da escola que será construída na Vila Urupês.

 

O que é preciso para que a Educação seja de fato uma prioridade nos Governos?

Verinha – É preciso ter um Plano de Educação com objetivos muito claros, que continuem sendo trabalhados, avaliados e melhorados mesmo após o termino do mandato de cada gestão. É preciso que independente da sua função a educação seja prioridade para construção e exercício da cidadania.

 

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Jogo Rápido

 

Um lugar

Foz Iguaçu

 

Um cheiro

De Mar

 

Uma Cor

Amarelo

 

Um livro

O mundo de Sofia

 

Um filme

E o Vento Levou

 

Uma música

Todas que toquem a alma e o coração

 

Um momento

O nascimento de minhas filhas

(mágico, vida)

 

Um homem

Meu pai Antonio Miranda (in memoriam)

 

Uma mulher

Minha mãe Drª Wilma Bueno Miranda

(in memoriam)

 

Deus

Tudo, Força que nos conduz pelos caminhos da vida!

 

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