Violência doméstica aumentou em 50%

Postado em 25 de março de 2020

 

Segundo a neuropsicóloga Roselene Espirito Santo Wagner, os dados apontam para o aumento de casos de Violência Doméstica, neste momento de Isolamento Social. No Rio de Janeiro houve um aumento de 50% de casos de violência doméstica durante o confinamento.

 

 

Foto: Reprodução / MF Press Globa

 

 

Vivemos um momento ímpar na história recente onde nenhum de nós estava preparado para ter de interromper o ritmo normal do nosso cotidiano para combater um inimigo microscópico, o covid-19, que nos fez ficar em casa para conter o aumento da curva de contágio e proteger principalmente nossos idosos.

 

No entanto, também não tínhamos como prever as consequências do isolamento forçado e da quarentena no nosso comportamento e nas relações domésticas e familiares, dado que esta era uma situação inimaginada, prevista apenas na ficção Hollywoodiana.

 

 

 

Dados apontam para o aumento de casos de Violência Doméstica, neste momento de Isolamento Social. No Rio de Janeiro houve um aumento de 50% de casos de violência doméstica, durante o confinamento. E qual a explicação para estes números alarmantes?

 

 

 

A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, conhecida como Dra. Leninha Wagner, revela o que pode estar por trás das estatísticas e dos fatos: “Se por um lado nos afastamos voluntariamente do convívio social, por outro nos expomos a um excesso de convívio familiar. Que em alguns, despertou o sentimento de confinamento, de exclusão, exacerbando a agressividade, que antes era liberada, de forma criativa nas relações e programas sociais.”

 

 

O que diz a ciência?

 

A especialista aponta que são vários os estudos que associam o retraimento social a perturbações internalizadas como ansiedade, fobias, hipocondria, TOC, depressão, ideação suicida e agressividade: “É de suma importância as interações sociais para o desenvolvimento dos laços afetivos, do prazer da companhia, do desenvolvimento cognitivo, para a introjeção das normas e leis sociais. No excesso de convívio familiar, crianças com escolas fechadas, estão contidas em ambientes reduzidos, na grande maioria em apartamentos, maridos e esposas, estão dividindo além do espaço físico, a dinâmica da casa com os filhos, no mesmo cenário. Isso potencializa os conflitos e confrontos que estavam latentes, tornando-os agora manifestos”.

 

 

O Fenômeno da Violência Doméstica

 

A Dra. Leninha Wagner revela que a violência doméstica, é compreendida como um fenômeno complexo, nas suas distintas formas, particularmente como causa e consequência a desigualdade de poder nas relações de gênero: “A violência doméstica ou de gênero afeta a integridade biopsicossocial da vítima. São diversas as sintomatologias e transtornos do desenvolvimento que podem se manifestar, tais como: doenças nos sistemas digestivo e circulatório, dores e tensões musculares, desordens menstruais, depressão, ansiedade, suicídio, uso de entorpecentes, transtornos de estresse pós-traumático, além de lesões físicas, privações e assassinato da vítima.”

 

 

 

A importância de buscar ajuda

 

Estamos num cenário mundial adverso e desafiador e por este motivo a neuropsicóloga aponta que é momento de manter a sanidade mental, através do equilíbrio emocional e, se for necessário, buscar ajuda: “Se em algum momento, você sentir a perda da serenidade. A tal ponto que sua natureza mais primitiva e inconsciente, possa se transformar em violência psicológica, verbal ou física, contra o outro (mulher). Busque ajuda profissional, um Psicólogo poderá lhe ajudar. Já se você se sente uma vítima em potencial, peça socorro pelos canais oficiais. Não se alie ao inimigo, contra você, por medo ou vergonha. Peça ajuda.”

 

 

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