Rodrigo Bittencourt – Entrevista

Postado em 28 de abril de 2019

 

Fotos: Robson Regato

 

Seu pai – o talentoso artista plástico Lúcio Bittencourt – foi sua grande inspiração?

Rodrigo Bittencourt – Com certeza. Desde que me entendo por gente estava andando pelo ateliê. Aos três anos de idade já estava por lá. A vida toda junto com ele. Comecei a trabalhar com meu pai na adolescência. Meu pai sempre será minha inspiração.

 

Quais foram os seus primeiros passos no mundo das esculturas de sucata?

Rodrigo Bittencourt – Comecei a trabalhar com meu pai ajudando nas obras dele. Aprendi tudo com ele, a parte de solda, de acabamento, de materiais… tudo. Ainda na adolescência comecei a trabalhar com uma linha mais comercial, na linha de corporativos, confeccionando troféus.

 

Era isso mesmo que você queria?

Rodrigo Bittencourt – Não. Eu tinha outras metas. Tinha muita vontade de ser arquiteto. Mas eu sempre convivi nesse ambiente da arte e sempre gostei e a vida me levou por esse caminho. Fui pegando gosto e acabou se tornando uma profissão. Já faz mais de 20 anos que trabalho com arte. Eu tinha um desejo desde criança. Ficava impressionado com as peças gigantes do meu pai. Tinha vontade de trabalhar com monumentos. Um dia resolvi desenvolver um cavalo gigante e um cliente do meu pai foi até o ateliê e se apaixonou pelo cavalo e adquiriu para uma prefeitura. A partir disso foi uma peça atrás da outra. Comecei a desenvolver peças grandes. Até chegar nos projetos de Lei de Incentivo, que está possibilitando desenvolver monumentos maiores.

 

Como foi dar os primeiros passos na carreira solo?

Rodrigo Bittencourt – Foi tudo muito natural. Como já trabalhava com meu pai fui entendendo como funcionava o mercado. Tinha muita demanda corporativa e meu pai é muito artista e não gosta muito de ser pautado e nem direcionado. Ele gosta de ter muita liberdade para criar. Eu observei esse nicho e comecei a explorar. Iniciei com um projeto da Telefonica. Depois fiz troféus artísticos corporativos para a Caixa Econômica de Brasília por 10 anos. Com o surgimento da internet facilitou bastante. Era uma linha comercial com um toque muito artístico. Quando me estabilizei comecei a direcionar para minha vontade que era fazer monumento. Fui trabalhando e Deus foi colocando as coisas na minha vida.

 

De delicadas rosas à esculturas gigantes. Como foi essa transição?

Rodrigo Bittencourt – Eu sai dos corporativos, fui para as rosas e depois para os monumentos. Eu atendia muitos arquitetos e empresas. Certo dia um rapaz que ia fazer um trabalho em um restaurante mexicano em Juquei – ele queria algo personalizado. Ele queria uns lagartos e a Nossa Senhora de Guadalupe. Ela tinha duas rosas. Foram as duas primeiras rosas que eu fiz. Foi muito legal. Elas ficaram muito lindas. Já fiz cerca de 500 rosas. Tenho uma demanda muito grande. Tem fila de espera pelas rosas. Às vezes preciso parar um pouco para descansar das rosas. Agora as rosas estão nos meus monumentos. Fiz um projeto para Atibaia – Cidade das Flores – que foram as maiores rosas que já fiz. Rosas com três metros de diâmetro. Foi desafiador e muito gratificante.

 

E este projeto aprovado pelo Proac? Fale um pouco dele.

Rodrigo Bittencourt – Muito legal. O Proac está me ajudando a viabilizar esses projetos de arte de maneira muito funcional. Tenho uma parceria muito grande com a produtora Roberta Regato e surgiu a ideia de inscrever um projeto na Lei de Incentivo. O primeiro foi a escultura do Basquete, em Mogi das Cruzes. Sempre fui muito fã do basquete. Viabilizar esse projeto seria a maior dificuldade. Tudo é muito caro e através desta lei conseguimos aprovar o projeto. Como sempre fiz trabalhos corporativos já tinha algumas parcerias com empresas. Serviu como um primeiro de muitos projetos. Posteriormente a Rinnai – que patrocinou o projeto do basquete – se interessou em patrocinar o projeto da Orquídea. Também entraram outras empresas, como a JSL. É um trabalho com muito amor e muita energia. Já tenho mais dois projetos aprovados pelo Proac e logo vou poder falar. É uma maneira de levar a arte para todas as pessoas e democratizar esta arte. Nosso país precisa tanto de educação, entretenimento e arte e as esculturas trazem isso. Trazem um pouco de conforto para as pessoas.

 

 

Jogo Rápido

 

Um lugar

Minha casa

 

Um cheiro

Das minhas filhas, Rafaella e Sophia

 

Uma cor

Vermelho

 

Um filme

Gosto muito de séries

 

Um momento

O nascimento das minhas duas filhas

 

Uma música

Lenha, Zeca Baleiro

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Um livro

Dom Quixote

 

Um homem

Meu pai, Lúcio Bittencourt

 

Uma mulher

Minha mãe, Luiza Maria Ferreira

Minha esposa, Jéssica Ap. Santos

 

Deus

Nossa razão de viver. Nosso guia

 

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