Dedé Mendes é o entrevistado deste domingo

Postado em 29 de junho de 2014

 

“Ainda na escola, descobri que o prazer de desenhar poderia virar um meio de satisfação profissional, os alunos pediam ilustrações e até mesmo esculturas que eu produzia na época, para trabalhos escolares, convites e até mesmo painéis.”

 

Fotos: Fuentes Photo & Estúdio

Testa-Dedé Mendes

 

Qual sua formação?

Dedé Mendes – Em 2005 ingressei no Curso de Desenho do Mario Freire. Em 2006 fiz capacitações no Sesc Pompéia e no Senac em São Paulo, todas especializações na arte em todos os estilos de desenhos, mangá, charge, caricatura, retrato e quadrinhos, curso de produção de roteiro e revistas.

 

Quando se interessou por desenhos?

Dedé – Estava no meu sangue desde o meu nascimento, um dom de Deus. Engraçado porque eu nunca quis desenhar, lembro-me dos meus sete anos que adorava assistir Turma da Mônica, desenhos da Disney, e um dia sem nada para fazer, peguei uma folha de sulfite e comecei a ilustrar os desenhos que passavam na televisão. Um pouco mais tarde me interessei por outros tipos de animações, por conta do vasto repertorio artísticos que invadia o Brasil, os estilos de desenhos japoneses, os mangás. Ainda na escola, descobri que o prazer de desenhar poderia virar um meio de satisfação profissional, os alunos pediam ilustrações e até mesmo esculturas que eu produzia na época, para trabalhos escolares, convites e até mesmo painéis. Nesse período em que fazia o Curso de Desenho do Mario Freire, uma excelente pessoa, muito profissional, um grande artista. As portas foram abertas na minha vida, e aos 17 anos trabalhei em uma editora na criação de ilustrações para livros didáticos, e um tempo depois como educador social de desenho no Instituto Gusmão dos Santos, onde lecionei por um bom tempo essa arte, um lugar que me fez amadurecer profissionalmente.

 

d4_2-Charge Roberval

 

Você e autodidata?

Dedé – Eu não sei, acho que sim, aprendi a desenhar sozinho, só comecei a fazer cursos mais tarde para meu aprimoramento, e lógico com incentivo de familiares, amigos e bons professores evoluí bastante.

 

Qual era o personagem que mais gostava de desenhar quando criança?

Dedé – Cebolinha, Mônica, Mickey e Goku do Dragon Ball Z, por conta dos traços e das cores.

 

Quando a charge surgiu na sua vida?

Dedé – Foi quando trabalhava na editora na qual fazia ilustrações didáticas. Na verdade eram todas infantis, mas por causa dos traços simples fui criando gosto para isso. Li muito, sobre o Laerte, Jean Galvão, Mauricio de Sousa e outros. E já no Instituto Gusmão, elaborei um trabalho de um quadrinho de políticas públicas para a Secretaria de Ação Social de Suzano. E comecei a ver a charge como uma ferramenta de crítica, humor e até mesmo denúncia. Em 2011, conheci um cartunista da Folha de São Paulo chamado João Montanaro. Ele tinha uns 14 anos e seus desenhos estampavam a página da Ilustrada. Foi um incentivo muito grande.

 

d4_3-Mestre Moti

 

 

Em quem se inspira para criar seus personagens?

Dedé – Em muitas coisas, situações. Costumo dizer que o desenho não surge do nada, a inspiração sim, gosto de andar e ver pessoas, leio muito jornal, fico por dentro das notícias. Mas me inspiro em pessoas próximas, familiares, amigos, as vezes no jeito de falar, de se comportarem, adoro criação, você viaja, cria um mundo diferente. É legal ver as pessoas olharem e se identificarem com alguns personagens.

 

Quais os personagens que criou que mais se destacam?

Dedé – Tenho vários personagens, mais de todos apenas três se destacam, não só pelo fato da história ou do desenho, mas pela inspiração. O do Mestre Moti, que é um personagem sábio, mas muito atrapalhado nos conselhos. É baseado no meu irmão gêmeo Rodrigo, na verdade criei junto com uma grande amiga, a Talita Bissaco. Meu irmão é bem atrapalhado, fala palavras de sabedoria, palavras profundas que acaba invertendo tudo, vira uma salada de frutas e é só risada. O outro personagem e o Repórter Roberval, um rapaz que gosta de estar aonde tem notícia. Esse personagem nasceu por conta das situações que aconteciam na Praça Cidade das Flores, em Suzano. Criei como forma de crítica e denúncia e o último é do garoto skatista Paulinho, que ganhou um skate de seu amigo, e com ele vive muitas aventuras em sua cidade. Esse último é baseado em um grande amigo que tenho como irmão, Marcos Paulo Angelim, que é skatista.

 

Como nasceu a Ilustra Art ?

Dedé – A Ilustra Art nasceu com a vontade de difundir a arte por Suzano e região. Não só com aulas, mais com criações publicitárias, ilustrações, aulas de grafites. Estou organizando um novo espaço para as aulas.

 

d4_4-Paulinho

 

Onde pretende chegar?

Dedé – Sou muito sonhador, mas tenho meus pés no chão. Tenho vários projetos, um deles é o crescimento da Ilustra Art, dar início ao Centro Artístico. Vou fazer este ano especializações em Artes Visuais. Quero usar a arte em todo lugar, junto com meu amigo Marcos Paulo. Estamos criando uma marca de camisetas chamada Good News Underground, com ilustrações que passam mensagens de uma forma totalmente diferente. Estou trabalhando também na criação de um mangá Gospel chamado “Portland Tempos de Recomeçar”. O roteiro já está pronto e as ilustrações sendo feitas. Estou a procura de uma editora para publicá-la e tenho outro projeto que darei início, também em mangá, chamado Guardiões do Reino, esse último vou recriá-lo. Quero que a minha arte não só sirva como meio de crítica ou de humor, mas como meio de mensagem para que vidas sejam edificadas, e que através delas pessoas sejam tocadas pelas risadas proporcionadas ou pela história contada.

 

Jogo Rápido

 

Um Lugar

Casa

 

Um cheiro

Cheiro de mãe

 

Uma cor

Azul

 

Um Livro

Os Feitos Notáveis da Cruz (Carlos Alberto Antunes)

 

Um Filme

Os Miseráveis

 

Uma música

Oceans ( Hillsong United)

 

Um momento

Criar

 

Um homem

Jesus

 

Uma mulher

Zilda Fernandes (minha mãe)

 

Deus

Maravilhoso

 

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