Entrevista com Antonio Carlos Garcia

Postado em 07 de outubro de 2013

 

Antonio Carlos Garcia nasceu em Suzano no dia 12 de dezembro de 1946. Começou a lecionar com 15 anos como professor leigo substituto, e depois de formado em Estudos Sociais deu aula em escolas do município como Giovanni Raffo, Morato de Oliveira e Luiz Bianconi. Sua atuação foi essencial para o desenvolvimento da cidade. Instalou a Guarda Mirim em 1977, foi vereador de 1992 a 2000 e presidiu a Câmara Municipal de Suzano. Atualmente é diretor geral do Serviço de Ação Social e Projetos Especiais (Saspe) e presidente do Centro de Convivência da Terceira Idade Florescer de Suzano. Fã de rock’n roll e dos Rolling Stones, conta um pouco de sua história na cidade e da visão que tem sobre a melhor idade.

 

 

Você foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Suzano. Tem boas lembranças desta época?

Antonio Carlos Garcia – Existem lembranças boas, mas também muitas outras más. Presidi e atuei em uma Câmara muito problemática – de 1996 a 2000 – onde em sua composição de 19 vereadores existiam alguns que não estavam preparados para legislar em prol de uma cidade, o que resultou em momentos difíceis como comissões de inquéritos e tentativa de assassinato de um vereador. Suzano sempre foi minha cidade, minha família é daqui e eu sou e sempre vou ser suzanense.

 

É o presidente do Centro de Convivência da Terceira Idade Florescer de Suzano desde quando?

Garcia -Fui um dos fundadores do grupo em 29 de setembro de 1990. No começo eu fui instalador e coordenador do projeto, mas a partir de 2011 eu assumi de vez a presidência.

 

Qual a função do Florescer?

Garcia – Precisava-se de um lugar onde a população idosa de Suzano pudesse se encontrar e se integrar, mas tudo isso tinha que acontecer dentro de um programa voltado para a pessoa idosa que gosta de passear, viajar, dançar, cantar e, claro, trabalhar em prol dos outros, desenvolvendo diversos eventos beneficentes. O Florescer tem a função de proporcionar um espaço que a população idosa possa se comunicar da sua maneira e discutir seus direitos, tanto é que o Florescer conquistou e vem conquistando muita coisa no município em benefício do idoso, como no transporte por exemplo. Foi um projeto pioneiro, que gerou vários frutos e incentivou outras entidades a trabalhar em prol dessa população especial.

 

Quem pode frequentar?

Garcia – Acima de 45, quem quiser pode se agregar e participar.

 

 

 

 

De onde vem a verba para manter o Florescer?

Garcia – O Florescer praticamente se mantém com as próprias pernas, através de arrecadações e de eventos que ele mesmo proporciona. Antigamente a melhor idade não era devidamente assistida pelos órgãos responsáveis do País, por isso o grupo sobreviveu de uma maneira independente. Atualmente o idoso tem seus direitos e conta com a ajuda dos governos e acompanhando esse processo é que nós estamos regularizando as coisas para que possamos ter o apoio legal dos governos municipal, estadual e federal.

 

 

Acredita que a terceira idade é mesmo a melhor idade? Por quê?

Garcia – Vejo que sim. Hoje acompanho essa melhor idade, pois estou com 66 anos. Realmente é a melhor idade, pois é um momento de se aproveitar, desde que tenha um apoio ideal da família. A saúde realmente é um fator que prejudica, mas hoje tem se encontrado um respaldo, talvez não adequado no nosso município, mas tem sido contemplada. Encontramos benefícios também na parte de turismo, onde o idoso tem facilidade de viajar, algumas agências facilitam nesta questão, mas precisa melhorar. De uma maneira geral, pode se dizer que é a melhor idade.

 

 

Os idosos conhecem os seus direitos?

Garcia – É necessário melhorar a divulgação. Infelizmente o idoso tem dificuldade em diversas questões, inclusive para ler. O idoso não gosta de ler. As informações precisam chegar a eles de uma maneira diferente e os veículos midiáticos não falam na linguagem do idoso. Essa é uma das funções de grupos como o Florescer, pois através dos grupos a divulgação desses direitos se torna mais fácil. É importante que haja uma integração entre os grupos para que as informações sejam divulgadas através de palestras e eventos, que realmente dão resultado e são sucesso.

 

 

Existe respeito para com o idoso?

Garcia – Não, infelizmente não. Um exemplo muito comum de desrespeito é a integração da renda dele no orçamento da família. Hoje o idoso acaba contribuindo com sua pequena aposentadoria na renda familiar. Os netos e filhos acabam fazendo com que o idoso more com eles apenas para usufruir de sua aposentadoria, além de abusarem da facilidade que o idoso consegue empréstimos bancários. Por esses motivos insisto que a Delegacia do Idoso se faça presente em Suzano.

 

 

O que está programado para acontecer no Florescer no próximo ano? 

Garcia – Ano que vem planejamos ampliar a cozinha do Florescer, para que o dia de atividades seja ampliado também. As atividades do coral e de dança também irão se estender durante a semana. A prática esportiva e a compra de um micro-ônibus também estão no planejamento. De uma maneira geral, ampliaremos nossas atividades.

 

 

 

 

Um lugar
Meu lar

Um cheiro
Churrasco

Uma cor
Azul

Um filme
O sol por testemunha

Uma música
Satisfaction – Rolling Stones

Um momento
O encontro com a família
Um homem
Abraham Lincoln

Um mulher
Viviane Galvão

Deus
Universo

 

Fotos: Eduardo Romano

 

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