Wagner Ribeiro, o Guinatti é o entrevistado deste domingo

Postado em 17 de janeiro de 2016

 

Wagner Ribeiro – Guinatti

 

Seu nome é Wagner Ribeiro, mas você aderiu ao codinome Guinatti. Porque?

Guinatti – Minha avó materna se chamava Páscoa Guinatti Rossi. Gosto muito desse sobrenome. Acho forte. É um sobrenome italiano. Resolvi adotar.

 

Você é formado em administração de empresas, fez teologia e direito. Abandonou tudo?

Guinatti – Eu atuei na área de administração e fiz estágios na área de direito, mas no auge dos 40 anos eu me descobri em outra profissão. Não era aquilo que eu queria para mim.

 

d4_1-Guinatti

 

Como surgiu a paixão pela barbearia?

Guinatti – É coisa de infância. Desde criança tive essa vontade. Sou autodidata. Cortava o cabelo dos parentes, pai, mãe. Ela tinha o cabelo muito curto e eu adaptava isso ao meu gosto e desejo.

 

Mas você não queria ser cabeleireiro?

Guinatti – Não. Nunca gostei dessa parte de parte de pintura, relaxamento, que é focado para o público unissex.

 

Uma barbearia não faz isso?

Guinatti –A barbearia clássica é diferenciada do salão de cabeleireiro especialmente por isso. Ela faz todos os tipos de barba e só cortes de cabelo. Não tem pintura e nada voltado para esta questão de cabeleireiro.

 

A barbearia é uma coisa antiga, mas de uns tempos para cá virou um modismo no Brasil Tem um motivo para isso?

Guinatti –Os homens modernos começaram a se cuidar mais. Muitos homens não gostam de estar junto de uma mulher em um salão. Isso de certa forma tira a liberdade dos homens. Essa nova geração renovou os conceitos da barbearia clássica e ao mesmo tempo usam os mesmos conceitos do passado, como as toalhas quentes, essências na toalha e todo um tratamento. O barbeiro não cortava apenas cabelo e barba, era também muito atencioso aos bons papos.

 

TESTA-Guinatti-1

 

Foi durante o tempo em que morou na Itália que resolveu fazer seu primeiro curso de barbearia?

Guinatti –Foi sim. Em Ghisalba, que fica mais ou menos a 40 km de Milão. Próxima também de Bérgamo. Foi lá que fiz meu curso inicial.

 

E quando você voltou para o Brasil foi mais fácil encontrar um campo profissional aberto pelo fato de ter feito um curso na Itália?

Guinatti – Não. Mesmo porque as escolas daqui não te oferecem cursos específicos em barbearia clássica. Curso de cabeleireiro tem um monte. Além dos workshops não tenho conhecimento de uma escola focada em barbearia.

 

Quais são as maiores barbearias de São Paulo?

Guinatti – A Cavalera, Corleone, Retrô Hair. Todas concentradas nas imediações da Avenida Paulista.

 

Qual a diferença de barbeiro, cabeleireiro e visagista? As formas de cortar são diferentes?

Guinatti – Não é bem isso. Na verdade, a base do corte é a mesma. Minha especialização é focada em cortes dos anos 40, 50 e 60, que são cortes tipo undercut, slickback, sidepart, sidecut e razor part. São cortes específicos desse período com influência américa e europeia, que se usa atualmente. Nós não temos essa cultura no Brasil e muitos ainda não conhecem esses termos. O visagismo é uma complementação para os dois lados, tanto para o barbeiro como para o cabeleireiro. Ele trata do equilíbrio da estética e beleza, tanto no homem como na mulher. O cabeleireiro aborda os dois públicos, tanto o masculino, como o feminino. Costumo brincar dizendo que o cabeleireiro é um clínico geral e o barbeiro um especialista.

 

Os homens aderiram muito ao uso da barba nos últimos tempos. Quais os modelos mais procurados?

Guinatti – A barbearia clássica oferece justamente isso. Não se trata apenas de um cavanhaque, bigode ou barba. Tudo é inspirado nos anos 40, 50, 60, 70. Barbas como por exemplo van dyke (cavanhaque com bigode); balbo (um cavanhaque mais estilizado); muttonchops (costeletas grandes estilo Wolverine); olddutch (barba grande com queixo quadrado, tipo um pato); ducktail (mais rente ao rosto e pontuda no queixo).

 

E os bigodes?

Guinatti – Tem uma enorme variedade de bigodes. O estilo Charlie Chaplin, chamado touchbrush. Nossa cultura não é para isso. O que está sendo bastante usado é o bigode mustachebrush (bigodes grandes que viram as pontas).

 

Como será o workshop que você vai dar amanhã (18), na Satie – Escola de Cabeleireiros?

Guinatti – Será uma prévia de cabelo e barba que vou apresentar em dois horários, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas. Quero apresentar este conceito da barbearia clássica associando aos conceitos de hoje. Mostrando que o corte é como se fosse uma arte. Está aberto para todos os interessados em se aperfeiçoar nesta área profissional. Quero mostrar que as barbearias modernas usam muito pouco a tesoura. Usam mais o pente com a máquina.

 

Vai ser apostilado?

Guinatti – Sim. A apostila terá todas essas informações para todos os participantes.

 

A partir disso você vai implantar um curso de barbearia com 96 horas/aula na Satie. Como será?

Guinatti – O curso será mais completo e bem explicativo, com a possibilidade de formar bons profissionais para o Alto Tietê e até mesmo para o mercado paulistano. Este curso é uma necessidade de mercado.

 

O salário é apetitoso?

Guinatti – Sim. Muito atraente e o mercado necessita de profissionais cada vez mais capacitados. É preciso uma boa qualificação para ter um bom rendimento nesta área, como em qualquer outra.

 

Guinatti-1

 

JOGO RÁPIDO

 

Um lugar

Itália

 

Um cheiro

De um bom café

 

Uma cor

Preta

 

Um filme

Conversando com Deus

 

Um livro

A Arte da Guerra, de Sun Tzu

 

Uma música

Domo Mia, de Eros Ramazzotti & Tazenda

 

 

Um momento

O nascimento das minhas filhas

 

Um homem

Jesus Cristo

 

Uma mulher

Minha mamma, (Marli Rossi)

 

Deus

É o tudo

 

Algum comentário?
01/07/2025 03:56:57