Dores de cabeça em crianças raramente indicam a necessidade de óculos

Postado em 28 de novembro de 2012

 

 

Primeiro estudo para refutar um equívoco comum de saúde foi apresentado durante a 116ª Reunião Anual da Academia Americana de Oftalmologia, evento realizado no início de novembro, em Chicago

 

Um novo estudo fornece a primeira evidência clara de que os problemas de visão ou dos olhos raramente são a causa das dores de cabeça recorrentes em crianças, mesmo quando elas se iniciam quando a criança está fazendo trabalhos escolares ou outras tarefas que exigem esforço visual.

 

O estudo foi motivado por uma associação muito comum feita por pais e professores que relacionam as dores de cabeça frequentes à necessidade de óculos ou de um exame ocular. Para testar esta hipótese, oftalmopediatras do Albany Medical Center,em Nova York, foram atrás de respostas confiáveis para pais, oftalmologistas e pediatras que enfrentam essa questão de saúde comum.

 

Os resultados da pesquisa foram apresentados durante a 116ª Reunião Anual da Academia Americana de Oftalmologia. No estudo retrospectivo, os pesquisadores revisaram os registros médicos de 158 pacientes com idade inferior a 18 anos que foram atendidas no ambulatório da clínica, alegando dores de cabeça frequentes, entre os anos de 2002-2011. Todos foram submetidos a exames oftalmológicos completos pelos oftalmopediatras da clínica.

 

Nenhuma correlação significativa entre as dores de cabeça frequentes e uma necessidade de correção da visão foi encontrada. Os pesquisadores chegaram a esta conclusão comparando os resultados dos exames clínicos das crianças com dores de cabeça aos registros de seus exames oftalmológicos anteriores. E descobriram que no caso da saúde ocular, os resultados dos testes de visão permaneceram inalterados em relação aos exames feitos anteriormente para 75% das crianças.

 

 

 

 

Além disso, as crianças que já usavam óculos não precisaram de novas prescrições oftalmológicas quando foram examinadas na clínica devido às dores de cabeça. Embora 14% delas disseram que suas dores de cabeça ocorreram no momento em que estavam executando tarefas que exigiam esforço visual, como a lição de casa, e cerca de 9% relataram sintomas visuais associados com as suas dores de cabeça. Assim, a necessidade de correção da visão não parece ser a causa primária ou fator significativo em qualquer um dos casos analisados no estudo.

 

Os pesquisadores também consideraram positivo o fato da maioria das dores de cabeça das crianças terem se resolvido ao longo do tempo. Segundo os relatos dos pais, as dores de cabeça melhoraram em 76,4% dentre todos os sujeitos do estudo, incluindo aqueles que receberam e os que não receberam novas prescrições para correção da visão.

 

Cerca de 30% das crianças do estudo tinham condições oculares que iam além da necessidade de correção da visão, incluindo estrabismo (olhos desalinhados) ambliopia (“olho preguiçoso”) ou outras condições mais graves. 17% tinham uma história familiar de enxaqueca. Como este foi um estudo retrospectivo, os pesquisadores não foram capazes de conectar esses fatores com as causas da dor de cabeça entre as crianças.

 

“O estudo ajuda a tranquilizar os pais, oftalmologistas e pediatras, pois na maioria dos casos, as dores de cabeça das crianças pesquisadas não estavam relacionadas com problemas de visão ou no olho, e, em grande parte dos casos, ela se resolveu sozinha, sem a necessidade de um tratamento específico e sem a prescrição de óculos”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, CRM-SP 13.454, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

 

 

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