Em entrevista, Teresa Sadako Yoshida fala sobre a Associação de Mães Haha No Kai

Postado em 23 de setembro de 2013

 

Teresa Sadako Yoshida nasceu no Rio Grande do Sul e veio para Suzano aos 3 anos de idade com os pais que iriam cultivar algodão na cidade. Hoje Teresa é Presidente da Associação de Mães Haha No Kai, e faz parte da história de Suzano. Casada com Minoru Yoshida, ela se emociona toda vez que conta como foi abençoada por ter dois filhos – Márcia Mari Yoshida Kano e Marcelo Eidji Yoshida – já que ela não podia engravidar. Teresa é um exemplo de solidariedade, e recebeu o prêmio de Cidadão Suzanense no dia 23 de agosto deste ano.

 

 

Como surgiu a Associação de Mães Haha No Kai?

Teresa Sadako Yoshida – Surgiu há 55 anos. Tudo começou em uma pequena casa com três senhoras que queriam promover um lugar onde as pessoas pudessem se encontrar para “bater um papo”. Na época ainda não existia nenhum tipo de encontro social na cidade de Suzano, e essas senhoras foram convidando várias pessoas, até se tornar um evento com cerca de 180 associados. A partir daí não parou mais, foram vários eventos que surgiram como a Festa da Cerejeira, o Yakissoba, e outros. Depois de surgir os eventos sociais, começamos com a parte beneficente, onde promovemos bazares em prol de algumas entidades.

 

Com qual finalidade?

Teresa – A finalidade do evento, no começo, era realmente promover um encontro social, onde as pessoas pudessem conversar. Um lugar onde todos se sentissem em casa. Mas o número de associados não parou de crescer, e hoje se tornou parte da tradição da cidade de Suzano.

 

Quais as atividades que o Haha No Kai promove durante o ano?

Teresa – Durante o ano promovemos diversos eventos, que são: o Bazar Beneficente, a Festa da Cerejeira, o Keirokai (Dia do Idoso, evento para 250 pessoas com almoço, show de karaokê, apresentação de taiko, etc.), Dia do Exame Médico, o Bonenkai (confraternização de fim de ano) e o Shinenkai (comemoração do ano novo).

 

 


Pratica alguma atividade extra na Associação Cultural Suzanense, o Bunkyo de Suzano?

Teresa – Eu faço também um Chá Beneficente em parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer Esther Hidalgo Leite Rondinelli de Suzano, em prol do Graacc. Que inclusive acontece no próximo dia 20 de outubro.
Há quantos anos acontece o chá e como surgiu?

 

Teresa – O Chá Beneficente existe há 18 anos. A ideia surgiu quando comecei a frequentar o chá que a Marília promovia, mas não podia me associar por conta de outros eventos que eu participava. Então perguntei a ela se existia alguma maneira de eu contribuir, e foi aí que ela sugeriu que eu fizesse um chá em minha própria casa quando eu pudesse. Comecei então a promover o chá beneficente em minha casa, mas logo o espaço não era suficiente. Mudei o local do evento para um restaurante que tinha, mas também não comportou os convidados. Foi quando o presidente do Bunkyo na época sugeriu que eu realizasse o evento no próprio Bunkyo, e há cinco anos eu realizo o evento lá.

 

Quem são as parceiras deste chá anual? Quem pode participar?

Teresa – Comecei tudo sozinha, mas com o tempo surgiram pessoas interessadas, e hoje somos seis equipes. Todos podem participar, quem quiser pode doar produtos como: bolachas água e sal, sabonetes, fraldas, leite e outros. Se a pessoa se interessar doar em dinheiro, nós também aceitamos. Fazemos um envelope com o nome do doador e entregamos pessoalmente na mão dos responsáveis do Graacc.

 

Como vê a atuação da mulher no mercado hoje em dia?

Teresa – Antigamente o papel da mulher era ser dona de casa, mas hoje tudo mudou. Acredito que a mulher tem que conquistar mesmo o seu espaço e se envolver onde puder, acho isso maravilhoso.

 

 

Conseguiria viver no Japão com tantos anos de Brasil?

Teresa – Não. Já viajei para o Japão três vezes – a última em 2008. Os costumes no Brasil são muito mais diferentes do que no Japão. Tudo lá é mais rigoroso, e aqui no Brasil vivemos em melhor harmonia, o calor humano é maior. Encontrar vizinhos ou conhecidos na rua é motivo de alegria e não hesitamos em cumprimentar. Já no Japão as pessoas são mais frias, vivem centrados no dia-a-dia. Meu marido nasceu no Japão, e ele mesmo diz que não conseguiria voltar para lá, prefere aqui também, tanto que ele casou comigo, que sou brasileira (risos).

 

 

E esta ligação Brasil-Japão? Como vê?

Teresa – Eu acho maravilhoso. Aqui em Suzano temos cidades-irmãs de cidades japonesas, o que é ótimo por vários aspectos, tanto culturais como financeiros. Por exemplo, aqui em Suzano se pratica muito kendô, e os equipamentos para a prática desse esporte são difíceis de conseguir, mas com essa ligação entre as cidades se torna mais fácil.

 

 

 

 

JOGO RÁPIDO

 

Um lugar
Suzano

Um cheiro
Rosas

Uma cor
Branco

Um filme
Narayama

Uma música
Emoções – Roberto Carlos

Um momento
Nascimento da minha filha

Uma mulher
Marília

Um homem
Meu marido

Deus
Tudo

 

Fotos: Eduardo Romano

 

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